segunda-feira, 17 de março de 2008

Boletim ALS - Assembléia Apeoesp - 14 de Março

CONTRA O DESEMPREGO E A PRECARIZAÇÃO. CONSTRUIR A GREVE!

O momento que estamos passando é muito grave, segundo estudo do DIEESE o salário de um professor PEB I na Jornada de 24 horas, com as gratificações incluídas, corresponde a menos de um terço do que valia em 1979, sendo necessário um reajuste de 254% para recuperá-lo em relação a esse período. Em outra simulação, o mesmo estudo concluiu que para recuperar as perdas em relação a 1998 (ano em que entrou em vigor o congelamento da carreira), seria necessário um reajuste de 42,23% (incorporando-se as gratificações aos salários).
Por outro lado, o governo extinguiu o Adicional do Local de Exercício de várias escolas e reduziu em dois terços o valor do Bônus de mérito e gestão pago aos professores, fazendo com que a grande maioria além de não recebê-lo ainda tenha que devolver valores ao Estado por conta das parcelas que foram adiantadas, o que na prática significa redução salarial.
Além desse violento arrocho salarial, os professores estão submetidos as péssimas condições de trabalho, com salas superlotadas, violência física e moral e escolas com as condições estruturais comprometidas. Em muitas escolas os professores são obrigados a pagar água, cafezinho e estacionamento reduzindo ainda mais os salários.

A SOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO NÃO É O MERCADO NEM ESTÁ NA DIDÁTICA

Todos esses ataques tem por objetivo convencer a opinião de que inserindo medidas de mercado na educação e intervindo nos procedimentos didáticos o problema do fracasso escolar será resolvido. Esta é uma grande mentira, pois essa política já está em vigor de 1998, quando foi adotada a aprovação automática e a meritocracia desde 2001, quando foi pago o primeiro bônus; que a qualidade da educação só tem piorado. Na verdade a adoção destas medidas só agravou o problema, as mesmas rebaixaram a auto-estima do professor, sendo um dos fatores da violência nas escolas e a causa da piora da saúde dos docentes. O início da solução destes problemas é a melhoria das condições estruturais das escolas, como a redução do número de alunos por turma, a melhoria dos salários dos professores e das condições físicas, didáticas e pedagógicas. Só assim estaremos dando passos efetivos para melhorar a educação.

DESEMPREGO É UM DOS PIORES NOS ÚLTIMOS ANOS

No processo de atribuição de aulas desse ano, mais de 50% dos professores inscritos não conseguiram pegar aula e outros ainda tiveram uma atribuição precária com poucas aulas atribuídas. A situação que nos anos anteriores atingia pontualmente algumas matérias agora é geral, atingindo todas as disciplinas e todas as bancas. Esse processo é uma decorrência da superlotação e do fechamento de salas, além do formato dos últimos concursos públicos realizados pela secretaria que desprezou a experiência do professor em sala de aula não dando-lhe o devido peso no processo de seleção e classificação dos docentes.

AUTORITARISMO E DESRESPEITO À CATEGORIA

Numa atitude de desrespeito e autoritarismo o governo fez uma intervenção verticalizada no currículo, excluindo disciplinas da matriz curricular como Sociologia e Psicologia e reduzindo aulas de outras matérias como Filosofia, Geografia e Artes, ampliando o desemprego na área de humanas.
Sem nenhum debate com a rede, o governo implantou a política do Cartilhão (Jornal São Paulo Faz Escola), padronizando e uniformizando o currículo em todo Estado. Um material mal elaborado com diversos erros inclusive conceituais, sem contar o caráter limitado, dando a entender que a escola para os filhos dos trabalhadores deve ser assim mesmo, dando a estes estudantes apenas o básico do básico.
Em duas entrevistas à imprensa a Secretária demonstrou o seu total desrespeito aos professores ao afirmar: “a velha política da isonomia salarial/.../contribui para a acomodação de uma massa de profissionais numa zona de mediocridade”, atacou também os diretores ao dizer: nas escolas nota 10 existe “a presença de um diretor competente /.../ Se tais diretores fossem na maioria, o ensino público não estaria tão mal das pernas”. Ou seja nas entrelinhas ela afirma que a maioria dos diretores é incompetente e que a maioria dos professores é medíocre.
Por outro lado, numa outra entrevista ela afirmou que um dos problemas do fracasso escolar decorre do excesso de autonomia dado às escolas nos últimos anos, deixando claro sua concepção de gestão antidemocrática.

SERRA E MARIA HELENA: INIMIGOS Nº 1 DA EDUCAÇÃO

Diante desta série de ataques promovida por esta dupla nefasta, a categoria tem que construir uma greve não só para defender o emprego, o salário e os direitos, é necessária a defesa de uma educação pública, gratuita e da qualidade para os filhos da classe trabalhadora no sentido de barrar a privatização da educação tão desejada pelos tucanos que estão fortalecidos pela política educacional e econômica do governo Lula, retirando direitos como o tempo de aposentadoria, a superexploração dos trabalhadores e a presença do setor privado na educação.

ALS - AVANÇAR A LUTA SOCIALISTA - CONSTRUÍNDO A OPOSIÇÃO ALTERNATIVA
BOLETIM - MARÇO DE 2008.

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