sábado, 10 de janeiro de 2009

A crise capitalista é permanente

Grande parte da intelectualidade e da esquerda está mergulhada em estudos, pesquisas, debates, no sentido de mesurar, caracterizar e enfrentar a crise, assim como seus desdobramentos no mundo inteiro. Terminologias como: Crise cíclica, crise terminal, ondas longas, ondas curtas, abalos, marolas, tsunami etc, são usadas no sentido de elucidar a atual conjuntura.

Quem já viveu um pouco, está familiarizado com esses debates, pois de vez em quando acompanhamos e assistimos a repetição deste filme.

A teoria mais acertada é a da crise permanente, que combina com a necessidade da revolução permanente como afirmava Marx e depois Leon Trotsky.

Alguns exemplos de crises estão tipificados em parte do artigo “Meu nome é crise”, de Frei Beto, publicado no jornal Correio da Cidadania,do dia 15 de novembro 2008:

“Existe ameaça de crise do petróleo; governantes e empresários parecem em pânico frente à possibilidade de não poder alimentar 800 milhões de veículos automotores que rodam sobre a face da Terra.

No último ano, devido ao aumento do preço dos alimentos, o número de famintos crônicos subiu de 840 milhões para 950 milhões, segundo a FAO. Mas quem se preocupa em alimentar miseráveis?

Meu nome deriva do grego krísis, discernir, escolher, distinguir, enfim, ter olhos críticos. Trago também familiaridade com o verbo acrisolar, purificar. Ao contrário do que supõe o senso comum, não sou, em si, negativa. Faço parte da evolução da natureza.

Houve uma crise cósmica quando uma velha estrela, paradoxalmente chamada supernova, explodiu há 5 bilhões de anos; seus cacos, arremessados pelo espaço, deram origem ao sistema solar. O Sol é um pedaço de supernova dotado de calor próprio. A Terra e os demais planetas, cacos incandescentes que, aos poucos, se resfriaram. Daqui 5 bilhões de anos o Sol, agonizante, também verá sua obesidade dilatada até se esfacelar nos abismos siderais.”

A atual crise se insere dentro do contexto permanente e se agudiza em função da desregulamentação e da voracidade do capital especulativo e de suas contradições internas.

Sem subestimar a monstruosidade da crise, o que se deve perguntar é quando o capitalismo foi ou é humano para a classe trabalhadora?

Ao longo do desenvolvimento das forças produtivas a nossa classe tem sido vítima de todo tipo de opressão, exclusão, genocídios e dizimações por parte da classe que detêm os meios de produção.

A crise atual é uma crise de ajuste na máquina mortífera que impera no mundo inteiro, onde mais uma vez os trabalhadores serão as vítimas da sanha do capitalismo mundial.

Como podemos observar, tanto o governo dos Estados Unidos, alguns países Europeus, bem como outros países ‘emergentes’ dentre eles o Brasil, a lógica e o papel do Estado está submetido à lógica de manutenção da riqueza e concentração de renda, até mesmo em contradição com a percepção e a lógica do neoliberalismo.

Quando se fala em ajuda referente às áreas sociais e atender as reivindicações dos trabalhadores, os governos nunca têm dinheiro, contudo para socorrer especuladores e os grandes conglomerados, o dinheiro existe sem burocracia numa rapidez que dá inveja aos mais altos mecanismos de desburocratização. “Os recursos que anteriormente faltavam para combater a pobreza e para potencializar a emancipação dos excluídos aparecem em profusão para salvar os ricos, mesmo com operações de socorro ocorrendo a descoberto.Toda cantilena neoliberal que ganhou mentes e corações nas últimas duas décadas não chegou ao fim, mas já se encontra profundamente abalada” (Marcio Pochmann- FSP,23/10/2008)

O que devemos entender de uma vez por todas é que no capitalismo não há saída para a classe trabalhadora (que neste modelo está condenada a uma crise sem fim). Uma nova ordem econômica é necessária, pois senão o planeta e os habitantes estarão fadados a.

O que existe não é uma crise de humanidades, e sim uma crise permanente que do modo de a produção capitalista que ora evidencia um aspecto da crise,ora evidencia outro, e assim sucessivamente ao longo de sua existência.

É urgente politizar a crise, com um programa de governo capaz de dialogar com nossa classe, rumo à destruição definitiva do atual modelo em que estamos inseridos. Retomar a luta em suas organizações classistas e Revolucionárias é fundamental, começando por Organizarmos um Partido de Esquerda confiável; uma Central Sindical identificada com os interesses dos trabalhadores e não com a burocracia e as vantagens que os cargos de representação lhes proporcionam, bem como, dialogarmos com os estudantes, trabalhadores do campo e da cidade na construção de uma nova ordem econômica .

Alguns pontos emergenciais e definitivos :

Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução de salário e conquistas;

Pelo não pagamento da dívida Interna e externa;

Estabilidade e reajuste salarial para os trabalhadores e aposentados;

Revisão do tempo de trabalho e contribuição previdenciária; aposentadoria aos 50 anos;

Que os corruptos e especuladores paguem a conta, sem remessa de capitais para o exterior;

Dinheiro público para investimentos públicos;

Retomada urgente da luta o petróleo é nosso, revogação da lei 9478/97de FHC e reestatização da Petrobras.

Reforma agrária e urbana já;

Organização dos conselhos populares deliberativos;

Pelo fim do Capitalismo e por uma nova ordem econômica de natureza Socialista.

Lutar é preciso

16/11/2008

Aldo Santos

Nenhum comentário: